Ministério das Relações Exteriores

Quando cheguei em São Paulo domingo pela manhã, logo senti a diferença, onde estavam aqueles milhares de concurseiros de sempre? Nem sinal. Entrei no metro sentido São Joaquim me lamentando, afinal, 72 candidatos por vaga é algo único, que eu não via a tempos e pasmem: eu não havia estudado quase nada.
Quando desci na estação vi duas pessoas, ( não, você não ouviu mal, eu disse duas) com o papel da FCC nas mãos, me apresentei e juntos fomos à caminho da Uninove, eu continuava procurando " a galera", mas definitivamente não havia. Os pouco com quem pude conversar ou já moravam fora do país e estavam aqui pela prova ou queriam ir para o exterior. Muita gente jovem, isto também me chamou a atenção.
Então chegou a hora da prova e aí eu me arrependi mais ainda, eu nunca vi prova de informática mais fácil do que essa, estudei metade da contabilidade e consegui fazer, direito puxava umas questões da lei 8666 que podiam deixar dúvida, inglês que era meu maior medo estava simples( o que não quer dizer que eu tenha acertado tudo), aí veio as 25 questões de português.
Eu virei o caderno e revirei, acho que foram 6 textos, gigantes, com palavras que eu nunca usei na vida, até pensei que ainda estava na prova de inglês. Eu lia as perguntas e me perguntava: pertence ao texto que eu acabei de ler?
Que saudades daquelas provas de gramática, onde eu separava o sujeito do predicado, analisava a concordância e a norma culta, isso não existe mais. Eu amo português, mas para mim isso é prova de resistência, quando faltavam 15 minutos a sala estava lotada, todo mundo pensando e interpretando texto. Resultado: não tive tempo de fazer as 5 questões de raciocínio lógico.
Depois do almoço a parte 2 era redação, duas. Português e inglês. Meu sexto sentido me dizia que me faltaria vocabulário na segunda prova. Antes de começar as conversas no corredor eram as mesmas: "- Não deu tempo, muita coisa!" E areditem pelo menos umas 10 pessoas não voltaram a tarde para a redação, foram embora.

Os temas foram tranquilos, consegui escrever bem, não acredito que irei passar, afinal fui apenas com o que eu tinha estudado para o TRT, mas pela primeira vez não tenho idéia de como eu fui de verdade: 25 questões de inglês e 25 de português: tudo interpretação e subjetivas.

Não basta mais conhecimento de gramática para as provas de português, é preciso preparação psicológica, para não se desesperar; leitura dinâmica para o tempo ser suficiente e muito treino. Esqueça tudo o que você conhece de prova de interpretação de texto, uma nova era começou e exige resistência.