20 outubro 2009

Afinidade


Eu simplismente amo o começo deste texto e não sabia que tinha mais, quero dividir com vocês.
Eu me sinto assim: eu encontro meus amigos, ex-companheiros de escola e de trabalho e percebo tudo isso.

Vejam que verdade:
A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil,
delicado e penetrante dos sentimentos.
É o mais independente.

Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos,
as distâncias, as impossibilidades.
Quando há afinidade,
qualquer reencontro retoma a relação,
o diálogo, a conversa,
o afeto no exato ponto em que foi interrompido.


E é. Como é. Podemos senti-lo. Vê-lo nos olhares e nas expressões, tem coisas que definitivamente não precisam ser ditas.


Segue o texto todo, boa Semana galera!!!


Afinidade -Arthur da Távola


A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil,
delicado e penetrante dos sentimentos.
É o mais independente.

Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos,
as distâncias, as impossibilidades.
Quando há afinidade,
qualquer reencontro retoma a relação,
o diálogo, a conversa,
o afeto no exato ponto em que foi interrompido.

Afinidade é não haver tempo mediando a vida.
É uma vitória do adivinhado sobre o real.
Do subjetivo para o objetivo.
Do permanente sobre o passageiro.
Do básico sobre o superficial.

Ter afinidade é muito raro.
Mas quando existe
não precisa de códigos verbais para se manifestar.
Existia antes do conhecimento,
irradia durante e permanece
depois que as pessoas deixaram de estar juntas.
O que você tem dificuldade de expressar a um não afim,
sai simples e claro diante de alguém com quem você tem afinidade.

Afinidade é ficar longe pensando parecido
a respeito dos mesmos fatos que impressionam,
comovem ou mobilizam.
É ficar conversando sem trocar palavras.
É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.

Afinidade é sentir com, nem sentir contra,
nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo.
Quanta gente ama loucamente,
mas sente contra o ser amado.
Quantos amam e sentem para o ser amado,
não para eles próprios.

Sentir com é não ter necessidade de explicar
o que está sentindo.
É olhar e perceber.
É mais calar do que falar, ou, quando é falar,
jamais explicar: apenas afirmar.

Afinidade é jamais sentir por.
Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo.
Mas quem sente com, avalia sem se contaminar.
Compreende sem ocupar o lugar do outro.
Aceita para poder questionar.
Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar.

Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças.
É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas
quanto das impossibilidade vividas.

Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou
sem lamentar o tempo de separação.
Porque tempo e separação nunca existiram.
Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida,
para que a maturação comum pudesse se dar.
E para que cada pessoa pudesse e possa ser,
cada vez mais a expressão do outro
sob a forma ampliada do eu individual aprimorado.

4 comentários:

  1. Afinidade é um modo simples de nos reencontrarmos com tudo aquilo que nos faz melhores. Este texto é perfeito, principalmente se entendermos a lição, colocando-a em prática.
    Um lindo final de semana para ti.

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  2. Olá tudo bem?
    Passando pra conheçer seu blog, dei uma olhada rápida mais me pareçe ótimo com grandes conteúdos...
    Parabéns!

    Quando quizer me visitar o meu blog é este:

    http://vagnertiago.zip.net/

    Abraços!

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  3. Ola! Você tem um cantinho muito acolhedor, adorei os seus textos. Tambem gosto muito de viajar.

    Um abraço

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  4. Oi Rafa!!

    Este texto é, realmente, muito lindo... e verdadeiro, também gosto muito!

    Deixei um mimo pra você lá no "Devaneios", espero que goste... é simples, mas de coração!!

    Beijo grande, tenha um ótimo domingo!

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