"A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer de nós é coragem" Guimarães Rosa.
09 julho 2010
Eu tenho amor dentro de mim
Uma semana em que o país foi notícia em todos os jornais do mundo, antes fosse pela demissão do Dunga, mas o que tivemos foi o terrível assassinato cometido pelo goleiro Bruno e tantos outros que possuem uma coisa em comum: a violência e a falta de amor.
Segundo o dicionário violência é 1- Qualidade de violento. 2 Qualidade do que atua com força ou grande impulso; força, ímpeto, impetuosidade. 3 Ação violenta. 4 Opressão, tirania. 5 Intensidade. 6 Veemência. 7 Irascibilidade. 8 Qualquer força empregada contra a vontade, liberdade ou resistência de pessoa ou coisa. 9 Dir Constrangimento, físico ou moral, exercido sobre alguma pessoa para obrigá-la a submeter-se à vontade de outrem; coação. Antôn (acepção 7): brandura, doçura.
A violência começa em casa, na falta de respeito entre pais e filhos e comportamentos sem limites, entenda limites como princípios básicos de moral, sim, se você possui coisas nas quais acredita e respeita na sua vida não terá lugar para o que vem em oposição.
Vulgarizamos o amor e esquecemos da amorosidade, aquele ato simples de ser gentil, agradável, educado, distribuir boas ações simplesmente porque isso está dentro de você, não como arma de conquista ou pedido de desculpas.
Vulgarizamos também a vida, é como se tudo fosse igual na Internet: rápido e instantâneo. Ninguém sabe o dia de amanhã, a morte ainda é a única certeza, parece ser o hino mais entoado pelos quatro cantos, as pessoas querem viver tudo já, experimentar imediatamente. Eu pergunto: e o instante do olhar? E aquele música gostosa de se ouvir juntinho, devagar? O almoço do dia das mães no domingo, com toda a família?
O tempo levou?
Fui questionada, ainda quando coordenadora da Pastoral do crisma, o porquê de um ano de preparação se não era mais fácil ir lá logo e receber o sacramento, lembro-me que parei e suavemente respondi que a catequese( preparação) não se resumia a estudo religioso era vivência do próximo, podemos encontrar Deus em nossas orações, mas também podemos encontrar no outro e a pessoa não ficou satisfeita com a resposta, mas no dia da cerimônia, 265 jovens juntos de lugares diferentes confirmaram minha tese: através das atividades esportivas, de lazer, de retiro e sociais que fizeram juntos, ganharam outros amigos, conheceram outras realidades, ajudaram-se, alguns sairam do jeito que entraram, mas outros aprenderam a partilhar, pela simples vivência de grupo.
Então vejamos: violência na TV, falta de respeito em casa, sem limites, rapidez, tecnologia, falta de vivência de grupo, vulgarização do amor e a perda de momentos simples...
Eu acho que é a hora de alguma coisa começar a mudar, lá dentro de cada um.
A Solidariedade e o amor é o antídoto. Eu cultivo dentro de mim e como eu gostaria de poder presentear quem parece não conhecer isso, talvez os noticiários fossem diferentes.
Incentivar a fé e a oração, na religião que a pessoa escolher porque se esta é séria, vai pregar o amor e principalmente a descoberta do próximo, apesar de falarmos com pessoas no mundo inteiro, às vezes não falamos com alguém dentro da nossa casa.
Por fim lamentamos e damos um grito de basta!
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Olá,Rafa!
ResponderExcluirBelíssimo texto!
Acredito que somente a fé e a busca de um relacionamento real com Deus pode abrir os olhos do nosso coração.
Respeito e tolerância são como sementes e precisam ser cultivados.
Bjs e ótimo fds!
Rafa, seu texto foi profundo e perfeito. A violência, a truculência e a falta de fraternidade está corroendo o ser humano. As necessidades individuais estão muito a cima da sociabilidade e dos interesse da coletividade. Nunca aquela frase "os fins justificam os meios" foi tão empregada pelas pessoas como nesses últimos tempos.
ResponderExcluirMas podemos filtrar as coisas que promovem isso. A Rede Globo, no intuito frenético de mostrar tudo o que há de ruim no mundo para que tenhamos a idéia de aquilo é normal, produz seriados de stress e violência, como A Grande Família, cujo foco é mostrar famílias em conflito, e agora o Separados, que mostra a péssima convivência de casais em crise real. Quem ganha com isso? Ninguém... E quem cresce assistindo isso, como vai levar a vida adulta? Tem coisas melhores e mais construtivas para assistir, é só selecionarmos o canal.
Grande abraço!
No meio de toda essa violência, fico pensando se ainda há formas de resgatar o amor ao invés da vingança!
ResponderExcluirBeijos