31 outubro 2014

Chapada Diamantina: Roteiro das Grutas

Morro do Pai Inácio
Eu descansando no Morro do Pai Inácio
             No primeiro dia na Chapada Diamantina fizemos o chamado Roteiro das Grutas,que poderia ser dividido em dois com facilidade, pois envolve 4 passeios diferentes, era para começarmos com o Poço do Diabo – mas o dia amanheceu com bastante neblina, chegamos a sentir um pouco de frio, então seguimos para a Gruta da Lapa Doce.
            Contratamos a Adventure Daniel lá em Lençóis para nos acompanhar durante as trilhas e o André foi nosso guia durante todos os dias e neste primeiro pegamos um grupo “nível avançado” acostumados com trilhas e passeios desse estilo e nem preciso dizer que eles não tinham lá muita paciência conosco( risos).
           
Lapa Doce
Lapa Doce




Ganhamos um lanterna e fomos para a Lapa Doce com guia local, nos foi explicado a diferença entre gruta e caverna, a primeira tem entrada e saída e a segunda você precisa entrar e sair pelo mesmo local. A Lapa Doce é uma gruta, uma das maiores mapeadas na Chapada( não lembro o tamanho), dentro dele pudemos ver as formações feitas por dentro através da infiltração da água – criando lindas imagens naturais.
            





Gruta pratinha
Pratinha

Na sequencia fomos para a Gruta da Pratinha – lá tinha flutuação – a gente pagava R$20,00 e mergulhava com snorkel e pé-de-pato deles dentro da gruta. Neste momento eu parei e pensei se eu queria fazer isso. Olhei aquela água azul linda, o material de mergulho, lembrei do episódio dos peixinhos em Morro de São Paulo e gelei. As meninas foram rápidas e logo estavam prontas.
Gruta Pratinha - interior
Do lado de dentro com as lanternas
           
 Decidi ir, tinha que me superar, afinal já estava lá e não podia voltar sem histórias para contar, mas... ( sempre tem que acontecer alguma coisa) quando a Liane estava entrando sentiu uma picada, era um peixinho pequeno que mordia( ahhhh), voltei para trás e comecei de novo: vou ou não vou? O guia aquático me disse que se eu me movimentasse eles não me pegariam( imagina a cena da Rafaela balançando braços e pernas - Risos).
            O importante foi ter valido a pena, era pequeno, entramos na gruta desta vez pela água, com lanternas nos braços para enxergar, víamos o azul da água refletindo a pratinha, como é chamado o local. O guia ainda tirou uma foto nossa dentro da gruta e na saída os peixinhos conosco, lindos mesmo, uma sensação bacana de vê-los ali tão perto e eu no meio deles. Incrível. Só não consegui ficar muito tempo, porque estava com medo ainda.          
Gruta Azul
  


Almoçamos por ali e a Gruta Azul ficava ao lado, nesta não se podia mergulhar e para ver os detalhes era preciso esperar o sol passar por ela, que aconteceria por volta das 14h, neste horário estávamos lá para admirar o espaço.
            




Já exaustos, com o joelho dando sinais de sedentarismo, seguimos para o Morro do Pai Inácio e aí o preparo físico faltou e nossos companheiros nos deixaram para trás, afinal subir o Morro não é pra qualquer um, mas valeu cada degrau, a respiração ofegante, coração a mil, cansaço, mas quando você chega no topo e olha na sua frente aquela imensidão da Chapada, você entende o quanto somos minúsculos dentro de um Universo de vida existente no planeta. O Silêncio somado a paisagem te convida a parar, te faz parar. Ali você agradece a Deus a oportunidade de estar ali, lembra de tanta gente e tanta coisa num espaço de segundos e sorri tranquilo.
Vista Morro do Pai Inácio
Vista Morro do Pai Inácio
            Depois você enlouquece para “ tentar” registrar tudo, sozinho, acompanhado, sentado, em pé, sozinho, a paisagem invade máquinas e celulares com muita força, porque na nossa insanidade de não deixar aquele momento acabar clicávamos sem parar, pelo menos temos fotos maravilhosas.
            Neste momento o francês que estava no nosso grupo queria uma foto dele “pulando” lá no alto e eu, sem querer muito, consegui tirar uma foto perfeita, ele praticamente voava. Ele ficou impressionado e me passou o email dele para que eu repassasse a imagem, mas enquanto eu apagava os cliks tremidos o sensor do celular mudou de foto e, pasmem, eu apaguei a foto do francês. Que vergonha! Ainda bem que nunca mais eu vou encontrar com ele, afinal, ele deve estar me xingando esperando meu email. ( oh)
            A descida foi terrível, neste dia eu descobri que a lógica e o ditado estão errados: Sem essa de que pra descer qualquer santo ajuda, mentira. Se seu joelho não ajudar senta e chora, não cheguei a tanto, mas nosso grupo pegou distancia, enquanto tentávamos descer com dignidade, pior seria aguentar mais um item do roteiro.
           
André, nosso guia, disse que o roteiro até o Poço do Diabo era tranquilo, mas claro que o meu joelho não concordava muito com isso, quem concordava era o antipático casal italiano do nosso grupo, não esperavam, não olhavam pra trás e se você demorasse, e a gente demorava, eles passavam por cima. Simples assim.
            A cachoeira pequena foi nosso batizado nas águas geladas da Chapada Diamantina, depois do banho era hora de voltar pro Hotel.
            A noite fomos jantar no Centrinho, comemos num pequeno restaurante chamado Tora, onde pedimos filet mignon para fechar o dia cansativo, muito bom por sinal, com direito a uma cachorra que comeu a gordurinha e um gato que também comia carne. Eles ficavam ao redor da mesa pedindo comida, com o olhar mais chantagista da face da Terra.

            Todavia ainda não era o final de dia, tínhamos que andar até o hotel, que ficava no alto, quase não conseguimos subir, as batatas da perna pareciam que iam explodir e as pernas não respondiam mais, não era trilha, mas foi difícil chegar no quarto e se jogar na cama com a sensação de que não conseguiríamos fazer o passeio do outro dia por falta de preparo físico e olha que de 0 a 10 o nível do dia tinha sido 6,5. 




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